Pesca predatória
revolta moradores em Cruzeiro do Sul
Falta de
fiscalização permite 'desastre ambiental' durante a piracema.
Desperdício atrai urubus em porto de Cruzeiro do Sul.
Centenas de
pescados de várias espécies estão sendo descartados por pescadores e jogados
nas praias e dentro do Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC). O feito é
motivo de revolta para muitos moradores que pedem providências das autoridades
do município.
A falta de
consciência do pescador amador e a ausência dos órgão ambientais para
fiscalizar a pesca predatória na região, permite o estrago durante a piracema.
No porto de Cruzeiro do Sul, os ribeirinhos e pescadores dividem espaços com
urubus que se alimentam do pescado que é descartado.
Outra reclamação
dos moradores é o mau cheiro no porto da cidade e a poluição da água do Rio
Juruá que ainda é utilizada por muitos ribeirinhos para uso doméstico.
O pescador
Adejairo Souza Freitas, diz que falta fiscalização e consciência por parte das
pessoas que promovem as pescarias. “É triste ver cenas como essa, tanto peixe
que poderia ser aproveitado por outras pessoas que não tem condições de comprar
e estão sendo jogados fora. As pessoas não medem as consequências do crime que
estão cometendo porque não tem fiscalização”, clama o pescador.
O autônomo
Francisco Xavier também repudia o desperdício que está acontecendo durante a
piracema. “Os órgão de fiscalização ambiental só enxergam o produtor rural. Um
desastre ambiental desse acontecendo aos olhos de todo mundo e ninguém faz
nada, é preciso que haja fiscalização para proibir os excessos”,protesta
Xavier.
Segundo ele, o
setor pesqueiro de Cruzeiro do Sul, mais forte de todo o estado do Acre, não
tem lei. "Aqui as pessoas fazem o que querem, não tem fiscalização para
por limite durante as piracemas nem para controlar o preço de peixe. Mesmo com
toda essa fartura os atravessadores estão comprando o quilo do peixe a R$ 3 e
vendendo até de R$ 10, isso é um absurdo”, reclama o autônomo.
Para o
presidente da colônia de pescadores de Cruzeiro do Sul, Elenildo Sousa
Nascimento, é difícil controlar o desperdício por conta dos pescadores
amadores. “Não é missão da colônia fiscalizar as pessoas que estão pescando no
rio. Os nossos pescadores já são orientados e sabem que não podem estragar
peixe, porque é o único meio de sobrevivência deles. O problema está com as
pessoas que aproveitam esse período para se divertir na pesca predatória causam
esse tipo de situação. Essas pessoas não temos controlar”, admite o presidente.
Outra
preocupação da colônia de pescadores é que o desperdício de hoje possa fazer
faltar no futuro. “A maioria dos peixes que estão sendo descartados são filhotes,
se eles estão sendo mortos agora nos próximos anos essa fartura pode diminuir”,
explicou Elenildo Sousa.
Sem a presença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), responsável pela fiscalização, a cobrança é feita ao Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac). De acordo com o gerente regional, Isaac Ibernon, o órgão não tem como fiscalizar a pesca predatória que está acontecendo em Cruzeiro do Sul.
Segundo ele, a
atribuição do Imac, no Juruá, é manter o licenciamento ambiental na área rural
e urbana dos município de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues
Alves, Porto Walter e Marechal Taumaturgo. Mesmo sem atribuição para
fiscalizar, o gerente afirma que o Imac tem procurado orientar as pessoas para
evitar crimes ambientais nas pescarias.
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/08/pesca-predatoria-revolta-moradores-em-cruzeiro-do-sul.html
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