A Lagoa da
Pampulha recebeu classificação técnica própria para a prática de esportes
náuticos, embora o contato com a água ainda não seja recomendado. Com essa
ressalva, o secretário Mario Werneck (Meio Ambiente) apresentou,
nesta quarta-feira (22), os resultados da primeira etapa de
recuperação da bacia, que, apesar de ter registrado a redução de
agentes poluidores, a liberação para o uso ainda depende de regulamentação da
prefeitura.
Segundo Werneck,
conforme os parâmetros de medição utilizados pelo Conama
(Conselho Nacional do Meio Ambiente), a qualidade da água saltou da classe 4,
em março do ano passado, para a classe 3, em dezembro. Essa marca indica que a
lagoa pode ser utilizada para recreação e pesca amadora. Entretanto, para o
titular da pasta, o período de transição entre as classificações exige
cautela.
“Entregamos hoje
uma etapa vitoriosa para Belo Horizonte, mas estamos recomendando que a
populações continue como está: não pescando, não realizando os esportes
náuticos, até que haja uma deliberação normativa para regulamentar isso. A
gente tem que trabalhar sempre com o princípio da precaução”, enfatizou.
No entanto,
ainda segundo o secretário, não há prazo previsto para que
a regulamentação seja apresentada pela administração municipal. “Esse
plano de manejo será feito tão logo a gente receba todas as informações do
Propam [Programa de Desenvolvimento e Recuperação da Bacia da Pampulha]. A
partir de então, será feita [a regulamentação] o mais rápido possível”.
A recuperação
Com
investimentos de R$ 30 milhões, a recuperação da Lagoa da Pampulha teve início
em março de 2016, ainda na gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Parte desses recursos foi utilizada na contratação de empresas
especializadas, que vêm atuando no desassoreamento e na recuperação da
qualidade da água.
Segundo informou
a administração municipal, os recursos foram liberados do orçamento da
prefeitura para o Programa Pampulha Viva, financiado junto ao Banco do Brasil e
BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais).
De acordo com
o gerente de Gestão das Águas Urbanas da PBH, Ricardo Aroeira, a primeira
etapa de recuperação resultou na diminuição dos índices de algas e agentes
contaminantes da água. “A norma [resolução 357/05, do Canama] é muito
exigente, inclusive para se enquadrar na classe 3, mas felizmente obtivemos
sucesso e graças a isso o processo de eutrofização [acúmulo de matéria
orgânica] na Lagoa da Pampulha está bastante controlado”.
Ainda conforme o
técnico da administração municipal, ainda dentro dos planos de recuperação da
bacia, a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) assumiu o compromisso
de coletar e tratar 95% do esgoto que é despejado na Lagoa da Pampulha.
Entre
os próximos passos previstos no plano estão a manutenção da lagoa
desassoreada — o que pode agravar com o período de chuvas — e o
monitoramento permanente da qualidade da água.
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