Águas que contribuem para o
desenvolvimento de 521 municípios
Fundamental pelo volume de água
transportada para o Semiárido, a Região Hidrográfica do São Francisco abrange
521 municípios em seis estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Goiás, além do Distrito Federal. Com 2.700km, o rio São Francisco
nasce na Serra da Canastra, em
Minas Gerais , e escoa no sentido Sul-Norte pela Bahia e
Pernambuco, quando altera seu curso para o Sudeste, chegando ao Oceano
Atlântico na divisa entre Alagoas e Sergipe. Devido à sua extensão e aos
diferentes ambientes que percorre, a região está dividida em Alto, Médio, Sub-Médio
e Baixo São Francisco.
A área de drenagem
(638.576Km2) ocupa 8% do território nacional e sua cobertura vegetal contempla
fragmentos de Cerrado no Alto e Médio, Caatinga no Médio e Submédio e de Mata
Atlântica no Alto São Francisco, principalmente nas cabeceiras. A bacia
concentra a maior quantidade e diversidade de peixes de água doce da região
Nordeste. A vazão natural média anual do rio São Francisco é de 2.846 metros cúbicos
por segundo, mas ao longo do ano pode variar entre 1.077m³/s e 5.290m³/s.
Mais de 14,2 milhões de pessoas,
o equivalente a 7,5% da população do País, habitavam a região em 2010, sendo a
maioria habitante da região metropolitana de Belo Horizonte. A agricultura é
uma das mais importantes atividades econômicas, mas a região possui fortes
contrastes socioeconômicos, com áreas de acentuada riqueza e alta densidade
demográfica e áreas de pobreza crítica e população bastante dispersa. Dos 456
municípios com sede na bacia, somente 93 tratam seus esgotos.
Como reflexo das principais
atividades econômicas da Bacia, há necessidade de recuperação ambiental das
áreas degradadas para mitigar os impactos sobre os recursos hídricos. A região
vive extremos de secas e de cheias. O semi-árido, que extrapola a Bacia, é
vulnerável e sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens, que têm sido
responsáveis por êxodo de parte de sua população. Por outro lado, os moradores
da região metropolitana de Belo Horizonte enfrentam enchentes frequentes.
Rica em recursos naturais, a
bacia do São Francisco abriga uma diversidade de culturas, de locais
históricos, de sítios arqueológicos e de importantes centros urbanos. Tudo isso
associado à imensidão do rio e às belezas naturais da região oferece um grande
potencial para o desenvolvimento do turismo, atividade ainda incipiente.
O potencial hidrelétrico
aproveitado da bacia é de 10.473MW, distribuídos principalmente nas usinas Três
Marias, Queimado, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó. Os
reservatórios Três Marias e Sobradinho têm papel fundamental na regularização
das vazões São Francisco. Um dos maiores desafios é que a bacia registra todos
os tipos de usos dos recursos hídricos (irrigação, geração de energia,
navegação, saneamento, pesca e aquicultura, atividades turísticas e de lazer),
o que exige uma análise do conjunto para que se possa planejar adequadamente
sua gestão.
O crescimento da agricultura, a
pretendida revitalização da navegação, o aumento da demanda energética e a
retirada de água da bacia por transposição são temas que podem gerar conflitos
entre os setores usuários. Em 2005,
a ANA concedeu outorga para o Projeto de Integração do
rio São Francisco (Pisf), que prevê duas captações (Eixo Norte e Eixo Leste) no
São Francisco, para complementar a oferta de água local no Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba e Pernambuco. A captação do Eixo Norte está prevista para ser
implantada em Cabrobó (PE), na calha do rio, e a do Eixo Leste, em Floresta
(PE), no reservatório da Hidrelétrica de Itaparica.
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