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terça-feira, 30 de abril de 2013

Traíra / Wolf-Fish ( Hoplias malabaricus) - Curiosidade

Diferença entre Traíra e Traírão


Então vamos lá:

Traíra (hoplias malabaricus) 



Dentre as 12 espécies atualmente conhecidas do gênero Hoplias, uma das que possui maior distribuição geográfica é Hoplias malabaricus, conhecida popularmente como traíra outraíra-preta. É encontrada em todas as bacias hidrográficas da América do sul, com exceção da área transandina e dos rios da Patagônia.

Esta espécie tem corpo alongado e cilíndrico, coberto por escamas ciclóides, e uma cabeça alargada, com boca ampla. Sua nadadeira caudal é arredondada e apresenta pontos escuros. Seu corpo tem coloração marrom dourado, eventualmente com manchas escuras, mas este é um caráter que pode variar de acordo com a idade. Sua mandíbula é maior que a maxila e apresenta dentes fortes, cônicos e de tamanhos diversos.

O palato (céu da boca) tem duas fileiras de dentículos cônicos em forma de “V”. Quando adulto, Hoplias malabaricus chega a alcançar até 55 cm de comprimento e atinge massa de aproximadamente 3kg.

Sendo que a traíra atinge apenas meio metro de comprimento, como existem relatos de captura de exemplares muito maiores que isto? Na verdade, trata-se apenas de uma confusão com outros peixes do mesmo gênero.


Trairões (Hoplias aimara e H. macrophthalmus)




Podem chegar a 1 metro de comprimento e pesar 20 Kg! Além do tamanho avantajado (mas que pode confundir os leigos quando o peixe ainda é jovem), os trairões possuem a língua lisa e a sínfise mandibular em forma de “U”, enquanto as traíras têm a língua com dentículos e a sínfise mandibular em forma de “V”.

Vista ventral da cabeça do trairão Hoplias curupira (A) e da traíra Hoplias malabaricus (B).
Note a sínfise mandibular (em destaque) em forma de “U” no trairão e “V” na traíra.
VOCE SABIA?


Estudos genéticos mais aprofundados sobre a diversidade das traíras apontam que Hoplias malabaricus na verdade é um complexo de espécies, com base principalmente em diferenças cromossômicas. Pesquisadores já identificaram sete citótipos distintos (2n=39 a 2n=42), que além de número variam também quanto à morfologia dos cromossomos e sistema cromossômico sexual. Isso quer dizer que aquilo que hoje chamamos de Hoplias malabaricus pode na verdade ser sete espécies distintas! A resolução deste problema será muito importante, inclusive para questões ligadas à conservação das traíras.


Os sete citótipos distintos do complexo Hoplias malabaricus. Quadrados indicam os cromossomos sexuais.




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