Forma 1 – Simplesmente dando um bote,
se sua presa passar “na cara”, a tal distância que a aproximação seja
dispensável. Este ataque ocorre quando a presa se aproxima demais, pois neste
caso a traíra prefere iniciar o ataque antes que seja percebida e sua presa
inicie uma fuga. Neste caso, o ataque pode ser desferido por qualquer lado,
embora exista uma clara propensão a atacar a cabeça, pois será pouco útil uma
tentativa de fuga da presa. O encastoamento pode interferir, causando uma má
ferrada por fora da boca ou no “lábio” do peixe (a traíra se sacode e foge, o
mesmo que ocorre com as pequenas). Como esta forma de ataque ocorre mais
durante o dia, temos mais uma razão para pescar a noite ou ao crepúsculo. O
macete é evitar colocar a isca tão perto assim da traíra, comece jogando um
pouco mais longe (permitindo a traíra se preparar para atacar, o momento 0) e
vá progressivamente lançando cada vez mais próximo da traíra até obter uma
ação.
Forma 2 – Por baixo: Aproximação junto
ao fundo, geralmente por usar a sombra inclinada da vegetação, e o bote em
direção ascendente (ligeiramente por trás). Geralmente ocorre no lado sombreado
(sombra dentro d‟água)
da vegetação. Ocorre mais durante o dia (podendo ocorrer sob luar, ou em
lugares meio-profundos), aliás, esta forma de atacar se explica pela sombra
inclinada da vegetação (dentro d‟água,
no lado da moita oposto ao Sol ou Lua), que a traíra aproveita para evitar
revelar sua presença prematuramente ao bote (de dia, a traíra tenta se camuflar
para poder se aproximar). Este ataque permite ao predador uma perfeita visão da
silhueta da presa, com o céu como fundo, mesmo que haja grande diferença de
profundidade entre presa e predador (muitos peixes predadores usam este ataque
pelas mesmas razões). Por ferrar apenas na garatéia ventral, pode deixar a
traíra escapar (convém usar um puçá para retirar o peixe d‟água).
Observação: no caso da isca “papa-black”,
é característico que traíras com menos de 2 Kg se ferroem apenas na garatéia ventral. Não
existe isca ideal para este ataque, assim como o anterior, por isso recomendo o
uso de uma “crank bait” (isca gorducha, melhor se parecida com lambari.
“Papa-black” por exemplo, que sempre é uma isca recomendável para traíras a
partir de 1,5 Kg ;
o segredo está em tentar usar uma isca que porte garatéias de tamanho
suficiente para retirar o peixe ferroado apenas na garatéia ventral, além do
puçá ou passaguá).
Forma 3 – Posicionando-se por trás. “Fase
de aproximação”: dirigindo-se para trás de sua presa a uma distância
suficiente para não ser percebida neste nado lento (buscando ficar na zona cega
de sua presa) e o “Bote”: quando a traíra nada na sua velocidade máxima, e
abocanha (sugando) sua presa. Pode ocorrer durante o dia quando à distância
para o bote é pouco menor que a distância em que a isca passa, e quando a isca
passa em profundidade considerada ótima (uns 40 a 60 cm , na cara do peixe!), e
é o ataque que mais ocorre na escuridão (na escuridão, a traíra tenta fazer com
que seu ataque seja rápido, antes que a vítima se vire e olhe para trás). É a
melhor forma de ataque para uma dupla ferrada (quando a traíra engole a isca),
e a isca ideal para este ataque é uma “shallow runner” (isca alongada de
subsuperfície) por ser o tipo de isca mais facilmente engolida no ataque por
trás.
Recomendo tentar
prever como a traíra irá atacar, o local exato deste ataque, e a isca e o
trabalho que serão capazes de ensejá-lo. Isto fará a pesca muito mais
produtiva!
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