OBSERVAR A ÁGUA - ÁGUAS
PARADAS
Este termo é
utilizado para definir este amplo ambiente que pode ir desde um simples açude,
à mais vasta represa ou lago.
Cada tipo de
água parada apresenta ao pescador um conjunto de
problemas que têm de ser resolvidos se desejamos obter êxito. No
entanto, dentro dessa diversidade, existem muitas características em comum e o
conhecimento e experiência adquiridos num desses locais podem ser utilizados
vantajosamente em outros com as mesmas características.
Por
exemplo, todos os lagos, barragens, açudes, etc., possuem baías, promontórios e
margens superficiais, e em muitos casos os organismos invertebrados que vivem
entre a vegetação e as espécies de peixes são os mesmos. As suas probabilidades
de pescar com êxito aumentam se souber o que se passa debaixo dessa superfície
aquática. A maioria das águas paradas
nasce de uma forma natural, alimentada por fontes, ribeiros ou rios, e
normalmente possui um ou mais rios que a alimentam.
A COR DA ÁGUA: este fator pode dar-nos inúmeras pistas sobre a população de peixes existentes num determinado local. Há medida que as águas paradas começam a aquecer em cada Primavera, minúsculos organismos vegetais, conhecidos como fitoplancton, começam a multiplicar-se a um a velocidade vertiginosa, transformando grandes extensões de água em planíces verdes, chegando muitas vezes a impedir a oxigenação das águas e provocando a morte de muitos peixes. Porem ótimos lugares para a pesca das traíras devido a se transformar em lugares de caça para as mesmas. O fitoplancton por sua vez, é o principal alimento do zooplancton. Este último inclui larvas de peixes e organismos animais simples tais como as dáfnias (pulgas de água). Ao produzir-se zooplancton em quantidade suficiente, a água será mantida livre de fitoplancton o que dará origem a uma água mais limpa e transparente, entrando com maior liberdade os raios solares permitindo assim o crescimento de plantas aquáticas que além de produzirem alimento, são um abrigo para as espécies presentes. Além disso, o zooplancton é a base de alimentação de todos os peixes existentes no habitat.
CANIÇAIS E NENÚFARES: locais prediletos para os peixes, os caniços são ervas altas que podem atingir cerca de 3 m de altura. Quando não há vento, qualquer movimento das suas hastes pode indicar a presença de peixes. Além disso, são uma fonte de alimento, porque organismos tais como: caracóis, mosquitos e larvas de libélulas, sempre estarão presentes.
A traíra e o Black Bass por exemplo, têm neles os seus locais de caça preferidos, pois devido ao seu mimetismo encontram-se perfeitamente camuflados neste ambiente, esperando pacientemente dar caça à sua presa. Algo similar acontece com os nenúfares com a diferença de que os peixes se ocultam debaixo das suas folhas aproveitando a distração de qualquer animal. Além disso, os nenúfares são autênticos filtros da natureza, porque ao impedir que a luz solar penetre na água evitam a proliferação do fitoplancton (que sem luz não pode sobreviver), aumentando assim a transparência e pureza das águas.
BOLHAS E ONDAS: os peixes que se alimentam no fundo como a carpa e os bagres, levantam nuvens de limos ou lodo enquanto procuram alimento no leito, e à medida que os focinhos agitam os limos ou lodo, libertam bolsas de gás que sobem à superfície em forma de bolhas de ar. As zonas com essas características indicam muito provavelmente a presença de um ou mais peixes alimentando-se.
Outros peixes
que se alimentam à superfície como por exemplo a tilápia, provocam ondas
superficiais que revelam a sua posição.
A ESPUMA: em grandes extensões de água, quando o vento é forte e provoca ondulação, esta última normalmente ao chocar contra as margens provoca espuma, durante os meses de Verão. Quando os insetos acabam de eclodir são varridos até essa espuma ficando presos, devido à sua densidade. Ocasião aproveitada por muitas espécies de peixes para um autêntico banquete.
Percebam que são tudo pequenos detalhes, que no fim fazem a grande diferença no resultado final.
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