sexta-feira, 24 de maio de 2013

Traíra / Wolf-Fish ( Hoplias malabaricus) - Parte 23


ISCA DE COR NATURAL OU CHAMATIVA?



Embora a cor da isca não pareça fazer muita diferença (podendo imitar o natural, ou ser chamativa e contrastar com o ambiente), vale a pena fazer algumas considerações. A traíra tem uma curta janela de ação (ela só ataca iscas à curta distância), excepcional visão (inclusive noturna) e audição.
Como águas límpidas como em uma piscina são difíceis e os peixes só enxergam poucos metros, no máximo, por serem míopes, mas o som se propaga quatro vezes mais rápido e mais longe dentro d’água (em relação ao ar), podemos tirar três conclusões:

1 – O uso de iscas de aspecto próximo ao natural (o natural pode ser a mesma cor do ambiente e totalmente camuflada) poderia ser preferível, ao menos teoricamente e em alguns casos práticos! Em águas límpidas e sob luz suficiente, mas com um peixe desconfiado que hesita em atacar. Porém, a prática me ensinou que as iscas devem ser de fácil visualização (chamativas), mas sem serem muito diferentes de aquilo que o peixe está acostumado a comer (a ação e a forma é que são importantes para um peixe diferenciar uma presa de outra, relegando à cor uma importância secundária neste aspecto), é como se escolhêssemos uma isca camuflada, mas sempre errássemos a cor para um tom mais claro (ou mesmo para uma cor totalmente luminosa e chamativa). A real importância da cor da isca é fazê-la visível, e, preferencialmente, ressaltar a ação (como por exemplo, uma raia horizontal em uma isca que oscile; ou uma listra vertical em uma isca que rebole).

2 – Muito cuidado para não fazer qualquer barulho, alertando o peixe quanto à presença do pescador. A evite se movimentar, ou o faça cuidadosa e lentamente.

3 – O uso iscas barulhentas (“rattling” / chocalho) é suficiente para chamar a atenção do predador que esteja ativo (ao menos no caso da traíra, exceto na prospecção, quando atraímos o peixe que está enfiado no meio da vegetação e usamos uma isca mais barulhenta ainda, como uma ”popper” + hélice).

A isca ser chamativa ou natural depende de como o peixe vê a isca; se ele a vê como branca, muito colorida, ou preta; esta será uma isca chamativa. Se o peixe vê a isca como uma isca de meios tons, especialmente em degrade, esta deverá ser considerada como super natural (e camuflada)! Geralmente iscas chamativas funcionam melhor, simplesmente por serem mais visíveis e “facilitarem” o ataque, pois o peixe ataca pela ação e forma da isca, e não por sua cor que, portanto, deve ser de fácil visualização.

A traíra, assim como praticamente todos os outros peixes, enxergam os espectros vermelho, verde, azul e ultravioleta próximo (UVA, portanto, uma visão tetracromática, parecida com a visão humana; mas com uma cor a mais). A luz ultravioleta, a qual costuma ser refletida pelo muco (que reveste os peixes), pode não ser refletida pelas nossas iscas. Como não se tem uma forma segura de afirmar se a nossa isca também é visível sob esta luz eu recomendo usar iscas prateadas, ou com um branco “superbranco”.

Conforme a luz ambiente diminui a níveis críticos, vão deixando de serem visíveis às cores de menor “entalpia” (energia que carregam), vermelho, verde, azul, e ultravioleta A, respectivamente. Por isso, na escuridão, sempre use iscas o mais luminosas possível! Branco ou prata são as minhas favoritas.

Em situações de pouca visibilidade, como a escuridão ou água turva, podem ser úteis iscas brancas (chamativas), com ou sem cabeça vermelha, especialmente se houver luar ou outra luz; prefira iscas de aspecto um pouco mais natural (prata). Em águas límpidas, de dia ou sob luar, podem-se usar cores chamativas ou degrades (com a parte escura ou colorida na frente e dorso da isca e ventre branco, aspecto próximo ao natural, mas meio camuflado).

Uma dica prática:

Embora haja poucas exceções; a quase todos os peixes enxergam as mesmas cores fundamentais que nós humanos (vermelho, verde, e azul); e uma cor a mais, o UVA (ultravioleta próximo).

O UVA é como se fosse mais uma cor além do azul, mas como ele seria danoso à nossa retina, ele é parcialmente filtrado em nossos olhos, e não temos sua percepção (pessoas as quais tiverem implantadas lentes artificiais sem esta proteção em lugar de sua córnea e cristalino, terão uma leve percepção desta cor, já q seu comprimento de onda é próximo ao da cor azul). Dentro d'água, o UVA vindo do Sol penetra parcialmente (assim como as demais cores), o q somado à curta vida de um peixe (se comparada à humana), permite ao peixe "se dar ao luxo" de ver esta cor a mais.

Já o infra-vermelho, não possui "entalpia (energia)" suficiente para provocar a estimulação eficiente de uma "púrpura visual (substância química que reage à presença daquele comprimento de onda ou cor de luz)"; de tal forma que não é percebido por olhos de qualquer animal que seja (alguns animais como as cobras, conseguem "ver mal e porcamente" esta fração do espectro luminoso; mas com outro dispositivo que não um olho, pois sua propriedade de produzir calor é que permite sua percepção). Dificuldade adicional é que esta cor tem grande índice de refração; o que significa que ela é facilmente desviada ou absorvida, especialmente dentro De água!

Os peixes em geral, assim como outros animais, também possuem uma camada de cristais de guanina atrás da retina, que reflete de volta a luz e a faz passar novamente pela retina, aumentando sua capacidade de ver quando há pouca luz,... e causando-lhes certa intolerância à presença de luz excessiva (por isso que os peixes parecem se esconder quando há muita luz, como um Sol de meio-dia). Mas...; estes cristais reduzem a resolução visual, de tal forma que peixes dificilmente conseguem ver detalhes de nossas iscas artificiais, como diferenciar com segurança uma garatéia de uma cauda translúcida. Estes cristais são os mesmos que dão ao peixe a cor prateada.

Temos os peixes que são capazes de enxergar luz polarizada (a mesma que é filtrada pelos óculos de luz polarizada), como a luz refletida tende a se tornar polarizada, usando um filtro de luz polarizada os peixes (geralmente predadores como um tubarão) conseguem ver melhor peixes que possuem como camuflagem a cor prata (algo comum em peixes pelágicos, que vivem na coluna De água)...

Ainda temos o efeito da escassez de luz, que faz com que os comprimentos de onda de menor entalpia (da menor para a maior: vermelho, verde, azul, UVA) sejam progressivamente menos visíveis, sendo por isso importante para os peixes noturnos como uma traíra (minha "vítima" favorita), enxergar este comprimento de luz a mais.

Se for o caso de usar uma isca de aspecto natural, prefira as cores que são o branco avermelhado (branco + vermelho = cor de rosa), alaranjado, ou amarelado, pois parecerão meio-naturais, meio-chamativas ao peixe e de alta visibilidade para nós, facilitando o controle da isca. Como a variação de cores é quase infinita, se necessário for, procure um livro de física para melhor compreender o assunto. Dentre as cores chamativas, o vermelho e o rosa são especialmente recomendáveis; pois simulam peixes feridos! O vermelho simula um ferimento, e o rosa simula um peixinho abobado de que os outros peixes arrancaram as escamas!

As iscas totalmente pretas (negro) devem ser evitadas, pois como o negro (ausência de luz) não é verdadeiramente visto, ele dificulta a percepção de distância por não permitir a fixação de um único ponto de observação, podendo fazer o peixe hesitar em atacar (ao menos no caso da traíra, que é o peixe que mais e melhor avalia sua chance de sucesso)... Certo? Não exatamente... Porque uma isca escura simula uma tuvira ou sarapó, uma presa fácil se não estiver oculta pela vegetação. Sempre, durante o dia, o preto será mais uma opção de cor de isca que simula uma presa fácil! Um peixe preto (ou escuro) é um peixe que está ativo apenas à noite, e que se esconde durante o dia. Uma vantagem adicional do preto é sua capacidade de se destacar em água barrenta, mas como água barrenta não é um bom lugar para pescar traíras... Exemplo de uma cor muito interessante é a cor tuvira da isca Juanita da Borboleta, marrom com o ventre preto; durante o dia, ela sempre indica uma presa que parece ter sido escorraçada de seu esconderijo; como outra traíra, ou um sarapó.

O preto também deve ser usado em detalhes que ressaltem o movimento da isca, como em iscas que oscilam lateralmente (iscas alongadas), ou para simular uma espécie de peixe (toda traíra tem o dorso escuro, se uma isca tiver a pretensão de imitá-la, também deveria ter o dorso escuro aos olhos do peixe).

O prateado somente é visto na natureza como uma forma de camuflagem, em peixes pelágicos (que vivem na coluna de água); e um brilho prateado ocorre quando o peixe está de lado (agonizando)... Imagina então se uma isca prateada é boa?

Uma curiosidade a mais: triangular o mesmo ponto com ambos os olhos é o que nos permite (dentre outros fatores como as sombras e projeções, embora não seja provável que o peixe use isto, apenas os humanos) estimar a distância de um objeto qualquer, tendo então a noção de profundidade (se não acredita em mim; tente colocar uma linha em uma agulha com um olho tapado, e com as mãos livres). Predadores dentro e fora De água costumam ter os olhos, mais ou menos voltados para frente, o que lhes permite a fixação de um único ponto e a estimativa de distância (e profundidade), fator fundamental para avaliar a chance de sucesso do ataque.

Presas costumam ter olhos voltados para lados opostos, pois apenas necessitam perceber o predador para saber que devem fugir. Nos peixes, são comuns situações intermediárias, pois eles (os peixes) podem ser presas ou predadores, dependendo da situação.

Se você ficou com inveja da excepcional visão de uma traíra, saiba que ela não permite a visualização de detalhes, também não permitindo a visão além de uns poucos metros (os peixes são míopes), mesmo em águas límpidas. Uma camada de células com cristais de guanina, a qual reflete a luz atrás da retina, aumentando a quantidade de luz que chega aos fotoreceptores (e faz o olho brilhar com um flash), aumentando a acuidade visual em ambientes pouco iluminados, mas causa perda de resolução visual (definição). Por isso, uma traíra pode não perceber a presença de garatéias (ou perceber apenas seu vulto, confundindo-as com nadadeiras). Outra conclusão a que podemos chegar é que o som deve ser usado para atrair um peixe que esteja distante...

Sobre as cores para iscas artificiais; inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e acima de tudo a ação da isca; determinam que tipo de presa o peixe vá identificar; relegando à cor uma importância secundária neste aspecto... Mas, a cor pode servir para que o peixe identifique a isca como uma presa fácil, simular um tipo específico de peixe ou espécie,...

As cores dos peixes também servem para identificar peixes de mesma espécie e evitar o canibalismo, no caso do tucunaré (conclusão de um estudo científico; e na minha opinião, também pode ser o caso do dourado de água doce e do robalo); portanto, iscas de meia-água para estes peixes devem ser claramente distintas das cores destes peixes! No caso do tucunaré, evitar pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e particularmente a cor amarela. No caso do dourado, evitar a cauda vermelha, listras horizontais pretas, e novamente o amarelo. No caso do robalo, é prudente evitar iscas prateadas e garatéias amarelas.

Obs: se você já teve sucesso com estes peixes e sua isca tinha estas cores, provavelmente, a ação da isca denunciou que não se tratava de um “companheiro de espécie”; como no caso de iscas de superfície, pois o peixe nem chega a ver qual a cor da isca ou com que ela se parece...

Minha cor favorita para iscas artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só veria reflexos prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar agonizantes (especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a isca for montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...). Outra razão é que esta cor é típica de peixes não-venenosos (como um bagre, baiacú,...), sendo seguro atacá-los. Esta cor tem o predicado de passar por natural ao peixe (evitando refugos; quando o peixe memorizou uma “experiência traumática de ter abocanhado uma isca artificial”, reconhece a isca como artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo para um robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de ser uma cor natural. Um capricho é que esta isca prateada tenha a barriga ou o queixo pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original da isca. Durante o dia, além da cor prata; também recomendo as cores vermelha (peixe ferido, usar sem exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer pensar que se trata de mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e lhe arrancaram as escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma traíra atacará uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um invasor ao seu território).

Se bem que existe uma possibilidade a mais, uma isca negra ou escura, durante o dia; sempre indica uma presa que está “fora de seu lugar”, como uma tuvira que vive escondida na vegetação ou uma traíra (o que faria um peixe destes em água aberta, se não tiver sido atacado e escorraçado de seu esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas barrentas.

Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível; evitar uma isca excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo mais produtivo. A não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas devem ser próximas ao natural.

A cor “super-branca” partilha com a cor prata a característica de ser, seguramente, visível no espectro do UVA; sendo minhas cores favoritas para pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de verdade.

Sobre cores, uma observação: cores luminosas fazem o objeto (isca) parecer maior, mais próximo, e mais arredondado (por ilusão de ótica); o oposto ocorrendo com iscas escuras.

Observação: a cor da isca também pode servir para ressaltar a ação desta isca... Como listras horizontais em iscas alongadas que oscilam de lado (como a Marine Sports INNA); ou listras verticais em iscas tipo cranck bait (gorduchas como a Papa Black e a Big 0).

Como eu disse, a cor da isca apenas deve fazê-la visível; mas, por que deixar o que vai passar na cabeça do peixe ao acaso?

Sobre as cores para iscas artificiais; inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e acima de tudo a ação da isca; determinam que tipo de presa o peixe vá identificar; relegando à cor uma importância secundária neste aspecto... Mas, a cor pode servir para que o peixe identifique a isca como uma presa fácil, simular um tipo específico de peixe ou espécie,... As cores dos peixes também servem para identificar peixes de mesma espécie e evitar o canibalismo, no caso do tucunaré (conclusão de um estudo científico; e na minha opinião, também pode ser o caso do dourado de água doce e do robalo); portanto, iscas de meia-água para estes peixes devem ser claramente distintas das cores destes peixes! No caso do tucunaré, evitar pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e particularmente a cor amarela. No caso do dourado, evitar a cauda vermelha, listras horizontais pretas, e novamente o amarelo. No caso do robalo, é prudente evitar iscas prateadas e garatéias amarelas.

Obs: se você já teve sucesso com estes peixes e sua isca tinha estas cores, provavelmente, a ação da isca denunciou que não se tratava de um “companheiro de espécie”; como no caso de iscas de superfície, pois o peixe nem chega a ver qual a cor da isca ou com que ela se parece... Minha cor favorita para iscas artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só veria reflexos prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar agonizantes (especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a isca for montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...). Outra razão é que esta cor é típica de peixes não-venenosos (como um bagre, baiacú,...), sendo seguro atacá-los. Esta cor tem o predicado de passar por natural ao peixe (evitando refugos; quando o peixe memorizou uma “experiência traumática de ter abocanhado uma isca artificial”, reconhece a isca como artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo para um robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de ser uma cor natural. Um capricho é que esta isca prateada tenha a barriga ou o queixo pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original da isca. Durante o dia, além da cor prata; também recomendo as cores vermelha (peixe ferido, usar sem exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer pensar que se trata de mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e lhe arrancaram as escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma traíra atacará uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um invasor ao seu território). Se bem que existe uma possibilidade a mais, uma isca negra ou escura, durante o dia; sempre indica uma presa que está “fora de seu lugar”, como uma tuvira que vive escondida na vegetação ou uma traíra (o que faria um peixe destes em água aberta, se não tiver sido atacado e escorraçado de seu esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas barrentas. Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível; evitar uma isca excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo mais produtivo. A não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas devem ser próximas ao natural. A cor “super-branca” partilha com a cor prata a característica de ser, seguramente, visível no espectro do UVA; sendo minhas cores favoritas para pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de verdade. Sobre cores, uma observação: cores luminosas fazem o objeto (isca) parecer maior, mais próximo, e mais arredondado (por ilusão de ótica); o oposto ocorrendo com iscas escuras.

Observação: a cor da isca também pode servir para ressaltar a ação desta isca... Como listras horizontais em iscas alongadas que oscilam de lado (como a Marine Sports INNA); ou listras verticais em iscas tipo cranck bait (gorduchas como a Papa Black e a Big 0). Como eu disse, a cor da isca apenas deve fazê-la visível; mas, por que deixar o que vai passar na cabeça do peixe ao acaso?Sobre as cores para iscas artificiais; inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e acima de tudo a ação da isca; determinam que tipo de presa o peixe vá identificar; relegando à cor uma importância secundária neste aspecto... Mas, a cor pode servir para que o peixe identifique a isca como uma presa fácil, simular um tipo específico de peixe ou espécie,... As cores dos peixes também servem para identificar peixes de mesma espécie e evitar o canibalismo, no caso do tucunaré (conclusão de um estudo científico; e na minha opinião, também pode ser o caso do dourado de água doce e do robalo); portanto, iscas de meia-água para estes peixes devem ser claramente distintas das cores destes peixes! No caso do tucunaré, evitar pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e particularmente a cor amarela. No caso do dourado, evitar a cauda vermelha, listras horizontais pretas, e novamente o amarelo. No caso do robalo, é prudente evitar iscas prateadas e garatéias amarelas. Obs: se você já teve sucesso com estes peixes e sua isca tinha estas cores, provavelmente, a ação da isca denunciou que não se tratava de um “companheiro de espécie”; como no caso de iscas de superfície, pois o peixe nem chega a ver qual a cor da isca ou com que ela se parece...

Minha cor favorita para iscas artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só veria reflexos prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar agonizantes (especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a isca for montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...). Outra razão é que esta cor é típica de peixes não-venenosos (como um bagre, baiacú,...), sendo seguro atacá-los. Esta cor tem o predicado de passar por natural ao peixe (evitando refugos; quando o peixe memorizou uma “experiência traumática de ter abocanhado uma isca artificial”, reconhece a isca como artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo para um robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de ser uma cor natural. Um capricho é que esta isca prateada tenha a barriga ou o queixo pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original da isca. Durante o dia, além da cor prata; também recomendo as cores vermelha (peixe ferido, usar sem exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer pensar que se trata de mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e lhe arrancaram as escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma traíra atacará uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um invasor ao seu território). Se bem que existe uma possibilidade a mais, uma isca negra ou escura, durante o dia; sempre indica uma presa que está “fora de seu lugar”, como uma tuvira que vive escondida na vegetação ou uma traíra (o que faria um peixe destes em água aberta, se não tiver sido atacado e escorraçado de seu esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas barrentas. Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível; evitar uma isca excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo mais produtivo. A não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas devem ser próximas ao natural. A cor “super-branca” partilha com a cor prata a característica de ser, seguramente, visível no espectro do UVA; sendo minhas cores favoritas para pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de verdade. Sobre cores, uma observação: cores luminosas fazem o objeto (isca) parecer maior, mais próximo, e mais arredondado (por ilusão de ótica); o oposto ocorrendo com iscas escuras. 

Observação: a cor da isca também pode servir para ressaltar a ação desta isca... Como listras horizontais em iscas alongadas que oscilam de lado (como a Marine Sports INNA); ou listras verticais em iscas tipo cranck bait (gorduchas como a Papa Black e a Big 0). Como eu disse, a cor da isca apenas deve fazê-la visível; mas, por que deixar o que vai passar na cabeça do peixe ao acaso?

Fonte e Agradecimentos: Moacyr Sacramento

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