quinta-feira, 6 de junho de 2013

Traíra / Wolf-Fish ( Hoplias malabaricus) - Parte 29

               Equipamentos para pesca com Iscas Naturais. 

  • Barraca e outras tralhas para acampar, para seu maior conforto.
  • Repelente de mosquitos.
  • Mala de pescaria.
  • Pochete, alicates de peixe e de bico chato;
  • Tesoura e saco plástico (ou fieira) p/ pescado.
  • Puçá: Ao usá-lo, acender a lanterna. Se o peixe for grande, sempre colocá-lo pela cabeça dentro do puçá. Pode ser impossível usá-lo em meio à “santa luzia”.
  • Lanterna e pilhas: as que possuem luz fluorescente, ou difusa, são melhores.
  • Alicate de corte: nos acidentes com anzóis e garatéias, cortá-los para remoção.
  • Balde para as iscas vivas, quanto maior melhor! Dê uma renovada na água regularmente. Um transportador de iscas, com oxigenador e tudo, é um luxo dispensável (faz barulho). O uso de samburá pode ser adequado, dependendo da situação da vegetação...
  • Vara de no mínimo 6 pés com ação média ou superior e molinete ou carretilha médio/pesado (para linhas de 30 lb ou mais).

ATENÇÃO: Se for pescar em meio à “santa luzia”, será necessário equipamento mais pesado que o habitual (de 20 lb) para poder puxar peixe e vegetação para fora De água. Recomendo o uso de guiso na ponta da vara para avisar que já podemos ir pegar o peixe, ou mesmo para nos avisar que estão roubando nossa isca. O uso de um “finco” evita que tenhamos de ficar segurando a vara - meu favorito é um cano robusto de PVC cortado com um bisel (corte oblíquo) para ajudar a fincar. Não é fácil de fincar (exceto na areia), mas o peixe não o arrancará, por mais forte que seja!

  • A linha deve ser de copolímero de flúorcarbono 0,40 mm ou superior e encastoamento de arame ou “fireline” (encastoamento flexível, tipo cabo de aço, e opcionalmente “snap” com distorcedor).

Observação: O melhor nó para prender a linha no distorcedor é o “Palomar” (também recomendo reforçar com 6 a 8 nós simples). Sempre use saliva para lubrificar o nó a ser apertado, e tesoura ou alicate de corte para cortar as linhas após o nó. Em geral, para pesca sem artificiais, não é necessário ou recomendável o uso de líder.
  • Isopor e gelo são úteis para manter frescos os lambaris que morram, mas apenas deixá-los no seco pode quebrar o galho (eles estragarão bem mais rápido se deixados dentro dágua).

CURIOSIDADES
Esta parte contém conhecimento que pode parecer irrelevante, passando por “curiosidades”, mas que poderá fazer toda a diferença...

Iscar vivo ou morto?

A traíra tem excepcional visão, inclusive noturna, e embora seu cérebro seja diminuto, ela possui uma incrível habilidade para perceber movimentos, supostamente 40 vezes superior à habilidade humana (de outros predadores, dentro e fora de água, também). Se a isca se mexe, a traíra a entende como viva e apetitosa e “mete o dente” nela (a traíra não é seletiva em seu cardápio, basta estar vivo, isto é, se mexer, e parecer caber em sua bocarra. Em sua dieta habitual, figura em primeiro lugar os peixes menores, inclusive traíras com metade do comprimento de seu corpo - passam em sua boca. Em segundo lugar, rãs e insetos grandes e depois, se a fome bater, peixes que não passam em sua boca...).


Pode parecer que um lambari não se mexa quando colocado no anzol, mas sua boca abre e fecha para respirar, assim como suas guelras... mesmo que estas não sejam chamativas. Como as iscas artificiais possuem movimento exuberante, barulho (“rattlin”) e cor, não é por acaso que as traíras as adoram. Como a traíra é um predador solitário, “territorialista”, e “canibal”, não é comum encontrarmos duas delas grandes, juntas, e como ela prefere caçar nos limites entre a “santa luzia” e a água livre (ao menos antes de escurecer de vez, aí ela dá uma volta ou se enfia na vegetação). Podemos imaginar porque as maiores geralmente são pegas com as artificiais, embora nada impeça que a isca viva funcione com qualquer tamanho de traíra. Mesmo assim, não se esqueça de que uma isca artificial parece ainda mais viva e chamativa.

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