Enquanto pescamos traíras podem entrar mais peixes como:
Em águas paradas e vegetação densa, costumamos encontrar o sarapó (tuvira),
excelente isca para dourado e que também serve para comer (desde que ao limpar
se remova o couro com uso de alicate, tendo então o gosto de um bagrinho ou um
cascudo e espinhas bem fininhas e moles, não é muito gostoso). Ele parece
esperar as traíras saírem de cena para atacar no frio da madrugada. Para
pescá-lo uso técnica parecida, mas um anzol 1 ou 1/0 de haste longa ou curta
com pedacinhos de peixe só na ponta (o peixe não precisa estar muito fresco, ao
contrário da traíra). Sua batida é característica, pois a vara desce e sobre
como que puxada por um elástico suave (a traíra dá pancadas secas, ou apenas
puxa com força). Ele parece uma moréia marrom com pintinhas ou raias pretas,
nadando para frente e para trás ondulando uma nadadeira ventral que percorre
quase que seu comprimento. Sua mordida não representa perigo algum, seu corpo é
mole e muito escorregadio. Nessas horas podem entrar também bagres amarelos,
mandis (mais em rios) e cascudos. O bagre amarelo possui dois ferrões e o mandi
três! Cuidado com eles. O encastoamento flexível evita que percamos uma traíra
que possa bater também, embora ela tenha grande chance de escapar pelo anzol
pequeno, como nestas horas a chance de bater uma traíra de respeito é mínima , usar uma linha grossa de flúor como encastoamento resolve.
Durante o dia (ele não costuma entrar a noite onde tem traíras rodando,
ele deve ficar com medo de ser atacado apesar de seu tamanho), podemos tentar
pegar um bagre africano se ele ocorrer no local. Sua presença é explicada por
fugas de pesque-pagues, e por ele ser um bom colonizador (se adapta bem a novos
ambientes, reproduzindo facilmente). Uso fígado ou o lambari morto em anzol de
5/0 a 8/0 no meio ou próximo da “santa luzia” sem me preocupar com a
profundidade ou correnteza (desde que a correnteza não seja excessiva). Ele não
é nada brigador, mas gosta de enrosco, fique ligado! Observo ainda que todo
bagre, particularmente os maiores, assim como qualquer peixe de grande porte,
possui alguma capacidade predatória, bastando que a presa ou isca dê “muito
mole” (isca super lenta) e permita que tente um bote (isca viva, ou as
artificiais de fundo, como minhoca ou “grub”, “jig”, “metaljig”, “shad”). O
difícil, no caso de um bagre, é enganá-lo com uma isca que não tem gosto ou
cheiro, pois eles sentem o gosto antes mesmo de pôr a isca na boca (use uma
isca de silicone aromatizada, ou use isca natural que é o que funciona melhor).
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