Então vamos lá:
Traíra (hoplias malabaricus)
Dentre as 12
espécies atualmente conhecidas do gênero Hoplias, uma das que possui maior
distribuição geográfica é Hoplias malabaricus, conhecida popularmente
como traíra outraíra-preta. É encontrada em todas as bacias
hidrográficas da América do sul, com exceção da área transandina e dos rios da
Patagônia.
Esta espécie tem corpo alongado e cilíndrico, coberto por escamas ciclóides, e uma cabeça alargada, com boca ampla. Sua nadadeira caudal é arredondada e apresenta pontos escuros. Seu corpo tem coloração marrom dourado, eventualmente com manchas escuras, mas este é um caráter que pode variar de acordo com a idade. Sua mandíbula é maior que a maxila e apresenta dentes fortes, cônicos e de tamanhos diversos.
Esta espécie tem corpo alongado e cilíndrico, coberto por escamas ciclóides, e uma cabeça alargada, com boca ampla. Sua nadadeira caudal é arredondada e apresenta pontos escuros. Seu corpo tem coloração marrom dourado, eventualmente com manchas escuras, mas este é um caráter que pode variar de acordo com a idade. Sua mandíbula é maior que a maxila e apresenta dentes fortes, cônicos e de tamanhos diversos.
O palato (céu da boca) tem duas fileiras de dentículos cônicos em forma de “V”. Quando adulto, Hoplias malabaricus chega a alcançar até 55 cm de comprimento e atinge massa de aproximadamente 3kg.
Sendo que a traíra atinge apenas meio metro de comprimento, como existem relatos de captura de exemplares muito maiores que isto? Na verdade, trata-se apenas de uma confusão com outros peixes do mesmo gênero.
Trairões (Hoplias
aimara e H. macrophthalmus)
Podem chegar
a 1 metro de comprimento e pesar 20 Kg! Além do tamanho
avantajado (mas que pode confundir os leigos quando o peixe ainda é jovem), os
trairões possuem a língua lisa e a sínfise mandibular em forma de “U”, enquanto
as traíras têm a língua com dentículos e a sínfise mandibular em forma de
“V”.
Vista ventral da
cabeça do trairão Hoplias curupira (A) e da traíra Hoplias
malabaricus (B).
Note a sínfise
mandibular (em destaque) em forma de “U” no trairão e “V” na traíra.
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VOCE SABIA?
Estudos
genéticos mais aprofundados sobre a diversidade das traíras apontam
que Hoplias malabaricus na verdade é um complexo de
espécies, com base principalmente em diferenças
cromossômicas. Pesquisadores já identificaram sete citótipos distintos
(2n=39 a 2n=42), que além de número variam também quanto à morfologia dos
cromossomos e sistema cromossômico sexual. Isso quer dizer que aquilo que hoje
chamamos de Hoplias malabaricus pode na verdade ser sete
espécies distintas! A resolução deste problema será muito importante,
inclusive para questões ligadas à conservação das traíras.
Os sete
citótipos distintos do complexo Hoplias malabaricus. Quadrados indicam os
cromossomos sexuais.
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