Iscas de Fundo
metaljig |
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shad |
Suas principais vantagens são: o trabalho lento e a simulação de uma presa agonizante, ou
simplesmente se alimentando do lodo no fundo. Podem e devem ser usadas quando a traíra
estiver manhosa pelo frio, e a profundidade do local não for excessiva (em termos
ideais, entre 0,9 e 1,5
metro ). Seu
trabalho é de puxadinhas (melhor se essas puxadinhas forem para cima) e deixar a linha afrouxar em seguida (quando
a isca afunda) fazendo a isca subir e descer lentamente. Pode-se jogar a
isca na água, sobre a vegetação ou na margem; e fazê-la mergulhar (altamente
eficiente com o formato de rã). São iscas que dão trabalho, mas que
salvam algumas pescarias. São elas o “grub”
(minhoca), o “jig”, o “metaljig”, e o “shad”.
Os defeitos destas iscas são: serem
trabalhosas (cansa o braço, assim como as iscas de superfície), não terem “rattling”
(chocalho) e tenderem
a acompanhar a inclinação para o local mais fundo, saindo de baixo da vegetação
se o fundo não for mais ou menos plano. Uma isca excessivamente
lenta pode dar a chance do peixe reconhecer o encastoamento e causar um refugo,
de tal forma que eu não recomendo o uso de mais que o líder, ou um snap (com
distorcedor, se seu peso não atrapalhar o equilíbrio da isca) atado diretamente
à isca.
Seu defeito mais
grave é só
trabalhar bem a uma distância curta, onde o movimento da ponta da vara irá
facilmente espantar a traíra (esta é a principal razão pela qual
estas iscas são minha última opção para traíras)!
Observação:
Uma dica para
o uso mais eficiente destas iscas de silicone é esfregar sal, ou usar molho de
soja (tipo japonês, coloca-se a isca e o molho dentro de um saco
plástico) para
dar a estas iscas um cheiro “salgadinho” parecido com o de sangue.
Pode-se também enfiar uma pedrinha de sal grosso dentro da isca. Como o
buraquinho fica quase fechado, uma única pedrinha dá para uma pescaria
tranquilamente. Temos também as essências artificiais...
O maior defeito das iscas de silicone, é
que poucas das que podem ser compradas no Brasil são verdadeiramente,
molengas...; gelatinosas mesmo! Sua “falta de molejo” torna difícil seu
trabalho correto a uma boa distância. Se você tiver acesso a uma isca realmente
gelatinosa (neste caso, o melhor formato é o de rã), use-a com toda a fé... e
compre muitas! Elas não irão durar...
ACTION PLASTICS (JIG + SHAD) : Merece menção
honrosa o “shad” (isca de silicone em diversos formatos. Para traíra, o melhor
é o de peixinho), que pode ser trabalhado como “fundo” ou “meia-água”
sem o “jig”, apenas com um anzol, independente do fundo para determinar a
profundidade de trabalho. Essa operacionalização exige
uma grande habilidade para que o pescador controle bem o afundamento e a
profundidade da isca, dependendo do tempo que damos para que ela afunde e da
quantidade de chumbo usado, em relação ao volume da isca e recolhimento
da linha. Parece complicado? Pois é mesmo... Para obter de um “shad”, um
trabalho de meia-água é necessário fazer com que o encastoamento seja leve,
para que a isca não afunde rápido demais! O próprio distorcedor (em conjunto
com o encastoamento) serve como chumbo. No caso do trabalho de fundo, um
pequeno chumbo deve ser incorporado à isca para evitar que a ponta do anzol
fique para baixo, enroscando ou agarrando sujeira.
Outra opção é
usar um anzol próprio para shad (o olhal fica virado para cima), com a
linha orientando a posição da isca. Não apenas
traíras, mas qualquer peixe grande (mesmo os “não-predadores”) se sentirá
atraído por esta isca! Em qualquer situação, o branco ou a cor de osso (nunca
vi uma prateada), são referências na escolha da cor. Se a isca for fluorescente
(“glow”) deixe-a na luz antes de usar (não é a melhor escolha para usar à
noite, pois sua fluorescência dura pouco no escuro).
MINHOCA: Outra isca de fundo, especialmente
recomendável no inverno, é uma minhoca (a artificial, é claro), ou
um pequeno sarapó (tuvira). Já viu como se usa um sarapó para pescar dourado de
água doce? Pode ser que, em meio à vegetação fechada, o sarapó seja alimento
mais freqüente que um lambari, sendo esta isca trabalhada no fundo, e junto à
vegetação fechada.
Quanto mais
escuro for o sarapó (ou minhoca), melhor isca será (não é normal sarapó branco,
mas existe sarapó albino, um raro capricho da mãe natureza, sendo então uma
mistura de branco e amarelo pálido).
Observe que o(s) anzol(is) pode(m) e deve(m) ser
amarrado(s) ao sarapó, com uma linha o mais fraca possível, mas que resista ao
trabalhar da isca ! As pontas do anzol devem sempre ficar ocultas (qualquer
isca, de silicone ou natural, pode ser montada com a ponta do anzol escondida,
sendo então “anti-enroscante”).
No caso do sarapó (ou de qualquer isca
de silicone, onde o peixe não seja capaz de diferenciar de uma isca natural), quando o predador bater, não puxe! “Se
finja de morto”, abaixando a ponta da
vara e afrouxando a linha esperando que o próprio peixe puxe para se ferroar
(aí, puxando bruscamente quando o peixe puxar com força, a não ser que a ponta
do anzol esteja livre). Isto serve para que o peixe engula a isca e,
principalmente, para libertar o anzol da isca (o nome disto é “ferrada”, igual
a que se usa com dourados; diferente de “ferroada”, quando a ponta do anzol
espeta o peixe).
Iscas de
silicone só não são iscas muito recomendáveis para traíras por dois motivos:
um predador “dentado” como uma traíra
pode as partir com um único ataque (tenha várias se realmente quiser
usá-las), e os pedaços que forem engolidos podem engasgar, entalar, chegando a
matar o peixe que escape ou seja solto, pois não é possível digerir silicone (se
pode evitar a morte do peixe ladrão de iscas usando uma isca natural no lugar
do “shad”, como um lambari ou sarapó, mas as ações podem diminuir, pois uma
isca artificial é mais visível e chamativa).
A melhor forma (e
mais fácil) de trabalhar iscas de fundo bem lentamente é manter a vara para
cima, mesmo que parada, e manivelar pausadamente, isto é, dar curtas voltas (ou
melhor, frações de volta) e aguardar uns poucos segundos antes de manivelar de
novo.
Um conselho deixe para dar “tanquinhos” na
linha, quando tiver experiência suficiente e a situação exigir (quando, por
exemplo, desejar um trabalho de meia-água, ou quando estiver quente e a isca
tenha de ser mais chamativa. Mas se estiver quente mesmo, é preferível usar um
plug de barbela curta).
Se a isca for
leve (é só usar o anzol sem, ou com pouco chumbo) e este trabalho for mais
rápido, pode-se obter um trabalho de meia-água. Aliás, cabe observar que a
principal função do chumbo é favorecer o lançamento, pois seu uso dificulta ao
peixe sugar a isca, portanto, use o chumbo com parcimônia, e apenas se ele for
mesmo necessário.
A chumbada também serve para manter o anzol
virado para cima, sendo recomendável usá-lo com bem pouco chumbo, se for mesmo
usar.
Observação:
O trabalho muito lento só deve ser usado quando as
condições forem desfavoráveis, como quando estiver frio; pois ele pode “dar
tempo” do peixe avaliar a isca e refugar (notadamente por causa do
encastoamento). Iscas de fundo são lentas demais para trabalharem (funcionarem)
com algum tipo de encastoamento, já que podem passar a espantar o peixe.
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