ISCA DE COR NATURAL OU CHAMATIVA?
Embora a cor da
isca não pareça fazer muita diferença (podendo imitar o natural, ou ser
chamativa e contrastar com o ambiente), vale a pena fazer algumas
considerações. A traíra tem uma curta janela de ação (ela só ataca iscas à
curta distância), excepcional visão (inclusive noturna) e audição.
Como águas
límpidas como em uma piscina são difíceis e os peixes só enxergam poucos
metros, no máximo, por serem míopes, mas o som se propaga quatro vezes mais
rápido e mais longe dentro d’água (em relação ao ar), podemos tirar três
conclusões:
1 – O uso de iscas de aspecto próximo ao
natural (o natural pode ser a mesma cor do ambiente e totalmente camuflada) poderia ser preferível, ao menos
teoricamente e em alguns casos práticos! Em
águas límpidas e sob luz suficiente, mas com um peixe desconfiado que hesita em atacar.
Porém , a prática me ensinou que as iscas devem ser de
fácil visualização (chamativas), mas sem serem muito diferentes de aquilo que o peixe está
acostumado a comer (a ação e a forma é que são importantes para um
peixe diferenciar uma presa de outra, relegando à cor uma importância
secundária neste aspecto), é como se escolhêssemos uma isca camuflada, mas
sempre errássemos a cor para um tom mais claro (ou mesmo para uma cor
totalmente luminosa e chamativa). A real importância da cor da isca é fazê-la visível, e,
preferencialmente, ressaltar a ação (como por exemplo, uma raia
horizontal em uma isca que oscile; ou uma listra vertical em uma isca que
rebole).
2 – Muito
cuidado para não fazer qualquer barulho, alertando o peixe quanto à presença do
pescador. A evite se movimentar, ou o faça cuidadosa e lentamente.
3 – O uso iscas barulhentas (“rattling” /
chocalho) é suficiente para chamar a
atenção do predador que esteja ativo (ao menos no caso da traíra, exceto na
prospecção, quando atraímos o peixe que está enfiado no meio da vegetação e
usamos uma isca mais barulhenta ainda, como uma ”popper” + hélice).
A isca ser chamativa ou natural depende de
como o peixe vê a isca; se ele a vê como branca, muito colorida, ou preta; esta será uma isca
chamativa. Se o peixe vê a isca como uma isca de meios tons,
especialmente em degrade, esta deverá ser considerada como super natural (e
camuflada)! Geralmente iscas chamativas funcionam melhor, simplesmente por
serem mais visíveis e “facilitarem” o ataque, pois o peixe ataca pela ação e
forma da isca, e não por sua cor que, portanto, deve ser de fácil visualização.
A traíra, assim
como praticamente todos os outros peixes, enxergam os espectros vermelho,
verde, azul e ultravioleta próximo (UVA, portanto, uma visão tetracromática,
parecida com a visão humana; mas com uma cor a mais). A luz ultravioleta, a
qual costuma ser refletida pelo muco (que reveste os peixes), pode não ser
refletida pelas nossas iscas. Como não se tem uma forma segura de afirmar se a
nossa isca também é visível sob esta luz eu recomendo usar iscas prateadas, ou
com um branco “superbranco”.
Conforme a luz
ambiente diminui a níveis críticos, vão deixando de serem visíveis às cores de
menor “entalpia” (energia que carregam), vermelho, verde, azul, e ultravioleta
A, respectivamente. Por isso, na escuridão, sempre use iscas o mais luminosas
possível! Branco ou prata são as minhas favoritas.
Em situações de
pouca visibilidade, como a escuridão ou água turva, podem ser úteis iscas
brancas (chamativas), com ou sem cabeça vermelha, especialmente se houver luar ou outra luz;
prefira iscas de aspecto um pouco mais
natural (prata). Em águas límpidas, de dia ou sob luar, podem-se usar cores
chamativas ou degrades (com a parte escura ou colorida na frente e dorso da
isca e ventre branco, aspecto próximo ao natural, mas meio camuflado).
Uma dica prática:
Embora haja
poucas exceções; a quase todos os peixes
enxergam as mesmas cores fundamentais que nós humanos (vermelho, verde, e
azul); e uma cor a mais, o UVA (ultravioleta próximo).
O UVA é como se
fosse mais uma cor além do azul, mas como ele seria danoso à nossa
retina, ele é parcialmente filtrado em nossos olhos, e não temos sua percepção
(pessoas as quais tiverem implantadas lentes artificiais sem esta proteção em
lugar de sua córnea e cristalino, terão uma leve percepção desta cor, já q seu
comprimento de onda é próximo ao da cor azul). Dentro d'água, o UVA vindo do
Sol penetra parcialmente (assim como as demais cores), o q somado à curta vida
de um peixe (se comparada à humana), permite ao peixe "se dar ao
luxo" de ver esta cor a mais.
Já o
infra-vermelho, não possui "entalpia (energia)" suficiente para
provocar a estimulação eficiente de uma "púrpura visual (substância
química que reage à presença daquele comprimento de onda ou cor de luz)";
de tal forma que não é percebido por olhos de qualquer animal que seja (alguns
animais como as cobras, conseguem "ver mal e porcamente" esta fração
do espectro luminoso; mas com outro dispositivo que não um olho, pois sua
propriedade de produzir calor é que permite sua percepção). Dificuldade
adicional é que esta cor tem grande índice de refração; o que significa que ela
é facilmente desviada ou absorvida, especialmente dentro De água!
Os peixes em
geral, assim como outros animais, também possuem uma camada de cristais de
guanina atrás da retina, que reflete de volta a luz e a faz passar novamente
pela retina, aumentando sua capacidade de ver quando há pouca luz,... e
causando-lhes certa intolerância à presença de luz excessiva (por isso que os
peixes parecem se esconder quando há muita luz, como um Sol de meio-dia).
Mas...; estes cristais reduzem a resolução visual, de tal forma que peixes
dificilmente conseguem ver detalhes de nossas iscas artificiais, como
diferenciar com segurança uma garatéia de uma cauda translúcida. Estes cristais
são os mesmos que dão ao peixe a cor prateada.
Temos os peixes que
são capazes de enxergar luz polarizada (a mesma que é filtrada pelos
óculos de luz polarizada), como a luz refletida tende a se tornar polarizada,
usando um filtro de luz polarizada os peixes (geralmente predadores como um
tubarão) conseguem ver melhor peixes que possuem como camuflagem a cor prata
(algo comum em peixes pelágicos, que vivem na coluna De água)...
Ainda temos o
efeito da escassez de luz, que faz com que os comprimentos de onda de menor
entalpia (da menor para a maior: vermelho, verde, azul, UVA) sejam
progressivamente menos visíveis, sendo por isso importante para os peixes
noturnos como uma traíra (minha "vítima" favorita),
enxergar este comprimento de luz a mais.
Se for o caso de
usar uma isca de aspecto natural, prefira as cores que são o branco avermelhado
(branco + vermelho = cor de rosa), alaranjado, ou amarelado, pois parecerão
meio-naturais, meio-chamativas ao peixe e de alta visibilidade para nós,
facilitando o controle da isca. Como a variação de cores é quase infinita, se necessário
for, procure um livro de física para melhor compreender o assunto. Dentre as cores
chamativas, o vermelho e o rosa são especialmente recomendáveis; pois simulam
peixes feridos! O vermelho simula um ferimento, e o rosa simula um peixinho
abobado de que os outros peixes arrancaram as escamas!
As iscas
totalmente pretas (negro) devem ser evitadas, pois como o negro (ausência de
luz) não é verdadeiramente visto, ele dificulta a percepção de distância por
não permitir a fixação de um único ponto de observação, podendo fazer o peixe
hesitar em atacar (ao menos no caso da traíra, que é o peixe que mais e melhor
avalia sua chance de sucesso)... Certo? Não exatamente... Porque uma isca escura simula uma tuvira ou
sarapó, uma presa fácil se não estiver oculta pela vegetação.
Sempre, durante o dia, o preto será mais uma opção de cor de isca que simula
uma presa fácil! Um peixe preto (ou escuro) é um peixe que está ativo apenas à
noite, e que se esconde durante o dia. Uma
vantagem adicional do preto é sua capacidade de se destacar em água barrenta,
mas como água barrenta não é um bom lugar para pescar traíras... Exemplo de
uma cor muito interessante é a cor tuvira da isca Juanita da Borboleta, marrom
com o ventre preto; durante o dia, ela sempre indica uma presa que parece ter
sido escorraçada de seu esconderijo; como outra traíra, ou um sarapó.
O preto também
deve ser usado em detalhes que ressaltem o movimento da isca, como em iscas que
oscilam lateralmente (iscas alongadas), ou para simular uma espécie de peixe (toda
traíra tem o dorso escuro, se uma isca tiver a pretensão de imitá-la, também
deveria ter o dorso escuro aos olhos do peixe).
O prateado
somente é visto na natureza como uma forma de camuflagem, em peixes pelágicos
(que vivem na coluna de água); e um brilho prateado ocorre quando o peixe está
de lado (agonizando)... Imagina então se uma isca prateada é boa?
Uma curiosidade a mais: triangular o
mesmo ponto com ambos os olhos é o que nos permite (dentre outros fatores como
as sombras e projeções, embora não seja provável que o peixe use isto, apenas
os humanos) estimar a distância de um objeto qualquer, tendo então a noção de
profundidade (se não acredita em mim; tente colocar uma linha em uma agulha com
um olho tapado, e com as mãos livres). Predadores dentro e fora De água
costumam ter os olhos, mais ou menos voltados para frente, o que lhes permite a
fixação de um único ponto e a estimativa de distância (e profundidade), fator fundamental para avaliar a chance de
sucesso do ataque.
Presas costumam
ter olhos voltados para lados opostos, pois apenas necessitam perceber o
predador para saber que devem fugir. Nos peixes, são comuns situações intermediárias,
pois eles (os peixes) podem ser presas ou predadores, dependendo da situação.
Se você ficou
com inveja da excepcional visão de uma traíra, saiba que ela não permite a visualização de detalhes,
também não permitindo a visão além de
uns poucos metros (os peixes são míopes), mesmo em águas límpidas. Uma camada de células com cristais de
guanina, a qual reflete a luz atrás da retina, aumentando a quantidade de luz
que chega aos fotoreceptores (e faz o olho brilhar com um flash), aumentando a
acuidade visual em ambientes pouco iluminados, mas causa perda de resolução
visual (definição). Por isso, uma traíra pode não perceber a presença de
garatéias (ou perceber apenas seu vulto, confundindo-as com nadadeiras). Outra
conclusão a que podemos chegar é que o som deve ser usado para atrair um peixe
que esteja distante...
Sobre as cores para iscas artificiais;
inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e acima de tudo a ação da
isca; determinam que tipo de presa o peixe vá identificar; relegando à cor uma
importância secundária neste aspecto... Mas, a cor pode servir para que o peixe
identifique a isca como uma presa fácil, simular um tipo específico de peixe ou
espécie,...
As cores dos
peixes também servem para identificar peixes de mesma espécie e evitar o
canibalismo, no caso do tucunaré (conclusão de um estudo científico; e na minha
opinião, também pode ser o caso do dourado de água doce e do robalo); portanto,
iscas de meia-água para estes peixes devem ser claramente distintas das cores destes
peixes! No caso do tucunaré, evitar pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e
particularmente a cor amarela. No caso do dourado, evitar a cauda vermelha,
listras horizontais pretas, e novamente o amarelo. No caso do robalo, é
prudente evitar iscas prateadas e garatéias amarelas.
Obs: se você já teve sucesso com estes
peixes e sua isca tinha estas cores, provavelmente, a ação da isca denunciou
que não se tratava de um “companheiro de espécie”; como no caso de iscas de
superfície, pois o peixe nem chega a ver qual a cor da isca ou com que ela se
parece...
Minha cor
favorita para iscas artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só
veria reflexos prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar
agonizantes (especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a
isca for montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...).
Outra razão é que esta cor é típica de
peixes não-venenosos (como um bagre, baiacú,...), sendo seguro atacá-los.
Esta cor tem o predicado de passar por natural ao peixe (evitando refugos;
quando o peixe memorizou uma “experiência traumática de ter abocanhado uma isca
artificial”, reconhece a isca como artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo
para um robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de
ser uma cor natural. Um capricho é que esta isca prateada tenha a
barriga ou o queixo pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original
da isca. Durante o dia, além da cor prata; também recomendo as cores vermelha
(peixe ferido, usar sem exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer
pensar que se trata de mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e
lhe arrancaram as escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma
traíra atacará uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um
invasor ao seu território).
Se bem que
existe uma possibilidade a mais, uma isca negra ou escura, durante o dia;
sempre indica uma presa que está “fora de seu lugar”, como uma tuvira que vive
escondida na vegetação ou uma traíra (o que faria um peixe destes em água
aberta, se não tiver sido atacado e escorraçado de seu esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas
barrentas.
Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível;
evitar uma isca excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo
mais produtivo. A não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas
devem ser próximas ao natural.
A cor “super-branca” partilha com a cor
prata a característica de ser, seguramente, visível no espectro do UVA; sendo
minhas cores favoritas para pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de
verdade.
Sobre cores, uma observação: cores luminosas fazem
o objeto (isca) parecer maior, mais próximo, e mais arredondado (por ilusão de
ótica); o oposto ocorrendo com iscas escuras.
Observação: a cor da isca também
pode servir para ressaltar a ação desta isca... Como listras horizontais em
iscas alongadas que oscilam de lado (como a Marine Sports INNA); ou listras
verticais em iscas tipo cranck bait (gorduchas como a Papa Black e a Big 0).
Como eu disse, a
cor da isca apenas deve fazê-la visível; mas, por que deixar o que vai passar
na cabeça do peixe ao acaso?
Sobre as cores
para iscas artificiais; inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e
acima de tudo a ação da isca; determinam que tipo de presa o peixe vá identificar;
relegando à cor uma importância secundária neste aspecto... Mas, a cor pode servir para que o peixe
identifique a isca como uma presa fácil, simular um tipo específico de peixe ou
espécie,... As cores dos peixes também servem para identificar peixes de
mesma espécie e evitar o canibalismo, no caso do tucunaré (conclusão de um
estudo científico; e na minha opinião, também pode ser o caso do dourado de
água doce e do robalo); portanto, iscas de meia-água para estes peixes devem
ser claramente distintas das cores destes peixes! No caso do tucunaré, evitar
pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e particularmente a cor amarela. No
caso do dourado, evitar a cauda vermelha, listras horizontais pretas, e
novamente o amarelo. No caso do robalo, é prudente evitar iscas prateadas e
garatéias amarelas.
Obs: se
você já teve sucesso com estes peixes e sua isca tinha estas cores,
provavelmente, a ação da isca denunciou que não se tratava de um “companheiro
de espécie”; como no caso de iscas de superfície, pois o peixe nem chega a ver
qual a cor da isca ou com que ela se parece... Minha cor favorita para iscas
artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só veria reflexos
prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar agonizantes
(especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a isca for
montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...). Outra
razão é que esta cor é típica de peixes não-venenosos (como um bagre,
baiacú,...), sendo seguro atacá-los. Esta cor tem o predicado de passar por
natural ao peixe (evitando refugos; quando o peixe memorizou uma “experiência
traumática de ter abocanhado uma isca artificial”, reconhece a isca como
artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo para um
robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de ser uma
cor natural. Um capricho é que esta isca prateada
tenha a barriga ou o queixo pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original da isca. Durante o dia,
além da cor prata; também recomendo as cores vermelha (peixe ferido, usar sem
exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer pensar que se trata de
mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e lhe arrancaram as
escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma traíra atacará
uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um invasor ao seu
território). Se bem que existe uma
possibilidade a mais, uma isca negra ou escura, durante o dia; sempre indica
uma presa que está “fora de seu lugar”, como uma tuvira que vive escondida na
vegetação ou uma traíra (o que faria um peixe destes em água aberta, se não
tiver sido atacado e escorraçado de seu esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas barrentas.
Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível; evitar uma isca
excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo mais produtivo. A
não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas devem ser próximas ao
natural. A cor “super-branca” partilha com a cor prata a característica de ser,
seguramente, visível no espectro do UVA; sendo minhas cores favoritas para
pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de verdade. Sobre cores, uma
observação: cores luminosas fazem o objeto (isca) parecer maior, mais próximo,
e mais arredondado (por ilusão de ótica); o oposto ocorrendo com iscas escuras.
Observação:
a cor da isca também pode servir para ressaltar a ação desta isca... Como
listras horizontais em iscas alongadas que oscilam de lado (como a Marine
Sports INNA); ou listras verticais em iscas tipo cranck bait (gorduchas como a
Papa Black e a Big 0). Como eu disse, a cor da isca apenas deve fazê-la visível;
mas, por que deixar o que vai passar na cabeça do peixe ao acaso?Sobre as cores
para iscas artificiais; inicialmente, melhor esclarecer que a forma da isca, e
acima de tudo a ação da isca; determinam que tipo de presa o peixe vá
identificar; relegando à cor uma importância secundária neste aspecto... Mas, a
cor pode servir para que o peixe identifique a isca como uma presa fácil,
simular um tipo específico de peixe ou espécie,... As cores dos peixes também
servem para identificar peixes de mesma espécie e evitar o canibalismo, no caso
do tucunaré (conclusão de um estudo científico; e na minha opinião, também pode
ser o caso do dourado de água doce e do robalo); portanto, iscas de meia-água
para estes peixes devem ser claramente distintas das cores destes peixes! No
caso do tucunaré, evitar pintas pretas, ocelos (pequenos olhos), e
particularmente a cor amarela. No caso do dourado, evitar a cauda vermelha,
listras horizontais pretas, e novamente o amarelo. No caso do robalo, é
prudente evitar iscas prateadas e garatéias amarelas. Obs: se você já teve
sucesso com estes peixes e sua isca tinha estas cores, provavelmente, a ação da
isca denunciou que não se tratava de um “companheiro de espécie”; como no caso
de iscas de superfície, pois o peixe nem chega a ver qual a cor da isca ou com
que ela se parece...
Minha cor
favorita para iscas artificiais é a prateada, toda prateada; pois o predador só
veria reflexos prateados em peixes que estão inclinados de lado, por estar
agonizantes (especialmente se o trabalho for com "paradinhas", e se a
isca for montada com um girador que faça a frente da isca ficar para baixo...).
Outra razão é que esta cor é típica de peixes não-venenosos (como um bagre,
baiacú,...), sendo seguro atacá-los. Esta cor tem o predicado de passar por
natural ao peixe (evitando refugos; quando o peixe memorizou uma “experiência
traumática de ter abocanhado uma isca artificial”, reconhece a isca como
artificial e “refuga”). Considero esta cor próxima à perfeição, salvo para um
robalo, por ser chamativa e indicar uma presa fácil; mas sem deixar de ser uma
cor natural. Um capricho é que esta isca prateada tenha a barriga ou o queixo
pintados de rosa ou vermelho; mas sem mudar a cor original da isca. Durante o
dia, além da cor prata; também recomendo as cores vermelha (peixe ferido, usar
sem exagero); a cor rosa (minha segunda favorita, por fazer pensar que se trata
de mais um peixinho abobado, que os companheiros atacaram e lhe arrancaram as
escamas). Ou ainda cores que simulam determinada espécie (uma traíra atacará
uma isca parecida com outra traíra, por pensar tratar-se de um invasor ao seu
território). Se bem que existe uma possibilidade a mais, uma isca negra ou
escura, durante o dia; sempre indica uma presa que está “fora de seu lugar”,
como uma tuvira que vive escondida na vegetação ou uma traíra (o que faria um
peixe destes em água aberta, se não tiver sido atacado e escorraçado de seu
esconderijo?). Sem contar que é uma isca capaz de se destacar em águas
barrentas. Qualquer que seja a cor da isca, ela deve ser visível; evitar uma
isca excessivamente “natural (camuflada)” facilita o ataque, sendo mais
produtivo. A não ser no caso de excesso de luz, quando as iscas devem ser
próximas ao natural. A cor “super-branca” partilha com a cor prata a
característica de ser, seguramente, visível no espectro do UVA; sendo minhas
cores favoritas para pescar à noite, o super-branco se estiver escuro de
verdade. Sobre cores, uma observação: cores luminosas fazem o objeto (isca)
parecer maior, mais próximo, e mais arredondado (por ilusão de ótica); o oposto
ocorrendo com iscas escuras.
Observação: a cor da isca também pode servir para
ressaltar a ação desta isca... Como listras horizontais em iscas alongadas que
oscilam de lado (como a Marine Sports INNA); ou listras verticais em iscas tipo
cranck bait (gorduchas como a Papa Black e a Big 0). Como eu disse, a cor da
isca apenas deve fazê-la visível; mas, por que deixar o que vai passar na
cabeça do peixe ao acaso?
Fonte e Agradecimentos: Moacyr Sacramento
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