terça-feira, 14 de maio de 2013

Traíra / Wolf-Fish ( Hoplias malabaricus) - Parte 16

Formas de Ataque:


Forma 1 – Simplesmente dando um bote, se sua presa passar “na cara”, a tal distância que a aproximação seja dispensável. Este ataque ocorre quando a presa se aproxima demais, pois neste caso a traíra prefere iniciar o ataque antes que seja percebida e sua presa inicie uma fuga. Neste caso, o ataque pode ser desferido por qualquer lado, embora exista uma clara propensão a atacar a cabeça, pois será pouco útil uma tentativa de fuga da presa. O encastoamento pode interferir, causando uma má ferrada por fora da boca ou no “lábio” do peixe (a traíra se sacode e foge, o mesmo que ocorre com as pequenas). Como esta forma de ataque ocorre mais durante o dia, temos mais uma razão para pescar a noite ou ao crepúsculo. O macete é evitar colocar a isca tão perto assim da traíra, comece jogando um pouco mais longe (permitindo a traíra se preparar para atacar, o momento 0) e vá progressivamente lançando cada vez mais próximo da traíra até obter uma ação.

Forma 2 – Por baixo: Aproximação junto ao fundo, geralmente por usar a sombra inclinada da vegetação, e o bote em direção ascendente (ligeiramente por trás). Geralmente ocorre no lado sombreado (sombra dentro dágua) da vegetação. Ocorre mais durante o dia (podendo ocorrer sob luar, ou em lugares meio-profundos), aliás, esta forma de atacar se explica pela sombra inclinada da vegetação (dentro dágua, no lado da moita oposto ao Sol ou Lua), que a traíra aproveita para evitar revelar sua presença prematuramente ao bote (de dia, a traíra tenta se camuflar para poder se aproximar). Este ataque permite ao predador uma perfeita visão da silhueta da presa, com o céu como fundo, mesmo que haja grande diferença de profundidade entre presa e predador (muitos peixes predadores usam este ataque pelas mesmas razões). Por ferrar apenas na garatéia ventral, pode deixar a traíra escapar (convém usar um puçá para retirar o peixe dágua).

Observação: no caso da isca “papa-black”, é característico que traíras com menos de 2 Kg se ferroem apenas na garatéia ventral. Não existe isca ideal para este ataque, assim como o anterior, por isso recomendo o uso de uma “crank bait” (isca gorducha, melhor se parecida com lambari. “Papa-black” por exemplo, que sempre é uma isca recomendável para traíras a partir de 1,5 Kg; o segredo está em tentar usar uma isca que porte garatéias de tamanho suficiente para retirar o peixe ferroado apenas na garatéia ventral, além do puçá ou passaguá).

Forma 3 – Posicionando-se por trás. “Fase de aproximação”: dirigindo-se para trás de sua presa a uma distância suficiente para não ser percebida neste nado lento (buscando ficar na zona cega de sua presa) e o “Bote”: quando a traíra nada na sua velocidade máxima, e abocanha (sugando) sua presa. Pode ocorrer durante o dia quando à distância para o bote é pouco menor que a distância em que a isca passa, e quando a isca passa em profundidade considerada ótima (uns 40 a 60 cm, na cara do peixe!), e é o ataque que mais ocorre na escuridão (na escuridão, a traíra tenta fazer com que seu ataque seja rápido, antes que a vítima se vire e olhe para trás). É a melhor forma de ataque para uma dupla ferrada (quando a traíra engole a isca), e a isca ideal para este ataque é uma “shallow runner” (isca alongada de subsuperfície) por ser o tipo de isca mais facilmente engolida no ataque por trás.

Recomendo tentar prever como a traíra irá atacar, o local exato deste ataque, e a isca e o trabalho que serão capazes de ensejá-lo. Isto fará a pesca muito mais produtiva!

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